Regulação emocional é o uso de processos conscientes ou inconscientes que alteram a natureza, intensidade ou a duração das emoções. Emoções disfuncionais são parte nuclear da sintomatologia de transtornos mentais. Elas são uma grande fonte de sofrimento psíquico e o principal motivo de busca de ajuda em saúde mental. Regulação emocional é parte integrante de diferentes abordagens em psicoterapia e um maior conhecimento sobre os processos neurais envolvidos pode possibilitar o aperfeiçoamento de estratégias de tratamento. O presente artigo tem como objetivo apresentar uma revisão narrativa da literatura que aborda os avanços na compreensão das bases neurais envolvidas em estratégias de regulação emocional. As emoções resultam da ativação de várias redes neurais em um trabalho conjunto e integrado. Essa rede inclui áreas que têm um papel de destaque como tálamo, amígdala, ínsula, estriado ventral, córtex pré-frontal medial, orbito frontal, somatossensorial, e cingulado anterior. Estas áreas também estão envolvidas na regulação emocional seja como alvo ou como agentes de regulação. A reavaliação, que é a estratégia mais estudada, além de diminuir a atividade da amigdala, recruta regiões pré-frontais e parietais envolvidas em processos de controle cognitivo não afetivos, como inibição de resposta, troca de tarefas e memória de trabalho. A investigação neste campo com as novas abordagens de identificação de circuitos distintos por métodos optogenéticos e quimiogenéticos é bastante promissora. O aprofundamento do conhecimento destes processos tem o potencial de fornecer um ponto de convergência transteórico e transdiagnóstico em psicoterapia.